Estelionato por meio virtual: o que é e como evitar
Você já recebeu um SMS de um número desconhecido dizendo ser de um determinado banco e que era necessário que você clicasse em um link para confirmar alguns dados pessoais.
Ou, já recebeu um e-mail com algum link duvidoso para comprar um produto na promoção.
Estou afirmando, porque tenho certeza que sim, você já recebeu um SMS ou e-mail com link duvidoso.
Cuidado! Ao clicar nesses links você pode se tornar vítima do estelionato por meio virtual também chamado de scamming.
Scamming foi o apelido dado ao esquema fraudulento, ou seja, a fraude perpetrada através dos meios informáticos, no intuito de obter-se alguma vantagem ilícita, em prejuízo da vítima. O scammer é o estelionatário que age por meio virtual, que se utiliza de armadilhas e golpes construídos especialmente para uso na virtualidade e com o intuito de obter vantagens patrimoniais.
Assim como não há limites para as possíveis formas para cometimento de estelionatos reais, não há para o cometimento através das tecnologias. Porém, a distância natural inerente à virtualidade faz com que armadilhas complexas, elaboradas e muito verossímeis possam ser construídas explorando especialmente as mais diferentes receptividade vitimais.
O cybercriminoso busca uma forma de atingir o maior número de vítimas, persuadindo-os a clicar em um link, receber um e-mail, comprar produto, atualizar dados, instalar programas, fornecer senhas e informações e assim por diante, dependendo do objetivo almejado.
A ideia é convencer o internauta de que aquele site ou aquela mensagem enviada trata de um assunto verdadeiro e que há necessidade de atenção por parte do leitor. Tais estratégias buscam convencer o usuário a ser vitimizado de acordo com uma série de argumentos, como fatos tristes, oportunidades únicas e imperdíveis para o usuário, fatos de utilidade pública, curiosidade e instituições confiáveis.
O cybercriminosos ou golpistas exploram sentimentos como medo, tristeza, curiosidade, compaixão, dó, fragilidades, inexperiência, entre outros sentimentos para aplicar seus golpes, através de sites espelho (sites que aparentam ser de uma instituição, mas na verdade são montagens ilegais e fraudulentas) ou SMS, por exemplo.
O agente através de mensagens, postagens ou sites, gera na mente do usuário a crença de que deve abrir um arquivo anexo, baixar um programa, clicar em um link, preencher dados, pagar boletos, fazer depósito bancário levando-o a ter prejuízos.
Tais golpes que utilizam do engenho humana para criação de história ou situação que gere potencialidade fraudulenta é a engenhosidade social.
A engenhosidade social é a manipulação psicológica da vítima, realizada para a obtenção de dados, através de grande poder de persuasão do cybercriminoso. A engenhosidade é utilizada com ardilosidade ou inteligência social para a criação de uma armadilha ou golpe. O cybercriminoso joga com as emoções da sua vítima, com a sua cobiça, medo ou desejo.
Como se proteger de um golpe virtual?
- Não acessar e-mails desconhecidos
- Não clicar em links suspeitos
- Não fornecer dados pessoais por mensagens de texto, aplicativos de mensagem ou ligação telefônica para estranhos.
- Manter ativado o mecanismo de ativação em duas etapas no aplicativo WhatsApp, e-mail e redes sociais.
- Não clicar em links de SMS (banco, lojas, promoções, sorteios). Tente se dirigir pessoalmente à agência bancária ou no estabelecimento comercial em casos de dúvidas ou necessidades. Também não ligue para o número de telefone informado na mensagem ou no número que enviou o SMS.
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Fonte:
SYDOW, Spencer. Curso de Direito Penal Informático. 2ª ed. Salvador: Juspodivm, 2021.
CARVALHO, Cláudia da Costa Bonard. Direito Penal 4.0. Rio de Janeiro, Lumen Juris, 2020.